quinta-feira, outubro 19, 2006

Preconceitos


2 de dezembro de 2003.

Conversa interessante. É inexplicável porque entrei onde entrei. Fui almoçar onde havia tempo não ia. Deu uma louca, uma vontade de comer filet mignon mesmo pagando um pouco caro. Pois é, encontrei o chefe. Após vários assuntos, homossexualismo.
Eu odiava a raça, como dizia e às vezes ainda digo. Não me lembro ao certo se foi num filme ou novela, vi retratado o amor. Um sentimento muito bonito entre pessoas do mesmo sexo. Entendi que podem se amar. Aprendi a respeitar. O que ouvi foi mais profundo. História de um amigo que tinha somente irmãs. Descobriu-se um dia homossexual. Sofria a pressão de uma família tradicional japonesa. Casamento, necessidade de dar continuidade ao nome. Foi morar no Japão. Lá pode viver mais livremente sua opção sexual. Voltou e viu a morte do pai. Quis contar à mãe sobre sua vida, porém, após a sua morte, arrependeu-se de ter tentado. Ela nunca entederia. Poderia ter sido poupada. Vida livre das pressões agora? Não. Sobrinhos sem qualquer educação sexual. E ele não poderia ser exemplo. Decidiu voltar ao Japão. Chorou.Toda esta história foi um dia confessada em meio a muitas lágrimas. O ouvinte também passou a enxergar o homossexualismo com mais respeito. Não conseguia, porém, tratar como antigamente o amigo numa roda de homens. Nunca mais dirigiu-lhe a frase "Ô, seu veado!" naquele tom de brincadeira. Até ser chamado à atenção: "Trate-me normalmente, como sempre foi. Não vou me sentir ofendido."

É forte. Coisa para se pensar...