sexta-feira, agosto 11, 2006


26 de fevereiro de 2.002.
Por curiosidade, há poucos dias atrás, calculei com minha HP há quantos dias estou vivo. São muitos mil... Após aquele dia vivi alguns momentos "down", como já os tenho vivido há algum tempo. Procurei alguns refúgios. Sim, há vários. Álcool e drogas são alguns deles, porém nunca foram a minha escolha. Brincar com crianças é outro: o mundo delas é diferente. Ouvir um som é uma alternativa e o estilo de música também pode ser escolhido. Às vezes estou mais para um rock, às vezes para uma MPB, às vezes até para um canto gregoriano. Vai do espírito, vai do momento. Assistir a uma comédia já foi um dos meus refúgios anos atrás. Hoje já saiu dos meus gostos. Ler é como a música: é possível escolher o estilo. Às vezes, porém, preciso mesmo é de um carinho. Deitar a cabeça num colo, sentir um afagar nos meus cabelos, um beijo carinhoso, deslizar de mãos por todo o corpo, abraço...
Pois é: muitos mil dias depois chega o momento em que eu me vejo só. Eu não escrevi "me sinto só". Escrevi "me vejo só". Sentir é algo que pode fazer parte de muitos lances da vida. Ver-se só, no entanto, ao menos aos meus olhos, é mais profundo. É chegar em um momento em que não se tem com quem contar. Parece que todas as pessoas que gostam de mim (e sempre há pessoas que gostam da gente), gostam de um modo muito superficial. Ou talvez o problema seja mesmo só meu. Talvez o que de fato tenha ocorrido é que cheguei num ponto em que não confio mais em ninguém. É o caso de muitas batidas de cabeça, muitas decepções... Eu talvez tenha me fechado e não sou mais capaz de me expor, de dividir com alguém as minhas tristezas ou qualquer coisa que julgo problema.
Apaixonei-me tempos atrás. Sonhei com um novo relacionamento, com alguém que preenchesse o meu vazio. Era uma situação difícil. Teríamos que romper nossos relacionamentos atuais, problemáticos, tristes, cheios de altos e baixos (mais baixos do que altos?), para nos aventurar num caso que até poderia não dar certo. Nada aconteceu apesar da vontade de ambos os lados. Na verdade eram vontades diferentes: a minha de um relacionamento mais sério, de achar uma pessoa para compartilhar a vida. A dela era de simplesmente um caso, sem necessariamente ter que existir uma continuação. Ela se foi sem que nada acontecesse. Ligou-me somente mais uma vez. Foi me ver também mais uma. E nunca mais... Sumiu. Por quê? Será que algum dia qualquer coisa ainda vai rolar? Já agora tanto faz se a minha vontade ou a dela... Estou só.
"Eu só quero um amor, que acabe o meu sofrer, um xodó pra mim, do meu jeito assim, que alegre o meu viver". Não são palavras minhas mas imagino que o autor estivesse com um sentimento parecido com o meu. Ou não.