domingo, setembro 09, 2007

Dono de farmácia


12 de abril de 2006.

Quando pensei neste título, percebi que tenho uma história a mais do que a que eu contaria. Então, vamos lá!

A primeira
Conversa vai, conversa vem, minha mãe confundiu farmacêutico com dono de farmácia. Meu pai já foi logo corrigindo:
- Ele não é farmacêutico, é dono de farmácia! É diferente!
- É, dono de farmácia até eu posso ser - completei.
- É, você poderia ser mesmo... - disse meu pai - A Rose sempre pergunta de você.
- O quê?
- É, a Rose até hoje pergunta de você.
- Fala que era apaixonada por você - emendou minha mãe.
- Pergunta sempre?
- Sim, sempre.
- E eu nunca dei bola para ela.
- É, ela diz isto também até hoje... - completou meu pai - Você, hoje, poderia ser dono de farmácia.
A Roseli é filha de dono de farmácia. Uma japonesa linda, meiga, sensual, delicada, feminina. Detalhe: meu pai nunca havia brincado comigo a respeito do assunto mulher.

A segunda
Eu estava passando alguns dias de férias em João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. O fato de ser uma capital é importante. Torna a história mais absurda.
Bem, precisava de um medicamento e a coisa tinha que ser urgente. Saí em busca de uma farmácia. Após alguns quarteirões, achei finalmente. Entrei. Atrás do balcão, dois homens. Já que um deles atendia a outro cliente, dirigi-me ao segundo:
- Por favor, o senhor tem "xxx" (nome do remédio).
- Sim. Aguarde só um momento que o rapaz ali virá lhe atender. Eu sou o dono da farmácia.
Fiquei paralisado, tentando entender o que significava aquilo. Eu estava entendendo certo? Porque o homem era o dono, não podia me atender? Aguardei um pouco e outro rapaz me atendeu. Saí com cara de bunda, com cara de quem não acredita no que acabou de presenciar. Um absurdo. E é um conceito que lá nos interiores do Brasil até poderia ainda existir. Erradamente, mas poderia. Mas ainda por cima numa capital? Achei maluco. Que dono de farmácia era aquele?