segunda-feira, maio 28, 2007

O clima do final de ano


22 de dezembro de 2005.

Em todos os últimos anos, quando já passa de vinte de dezembro, sinto a mesma coisa. E é algo difícil de explicar. As ruas, antes do dia vinte e cinco, estão lotadas. Quando digo ruas é generalizando. Tudo, qualquer lugar, a qualquer hora, está em vias de entupimento. Bem, isto vale para São Paulo. Penso que em outros lugares minhas palavras até devem soar estranhas, difíceis de entender.
Embora haja muita gente circulando, porém, e cada um à sua velocidade e com suas particulares preocupações, sinto como que um vazio. Não sei porque, mas olho para o céu. Ele parece nublado. Mesmo que esteja absolutamente azul, parece não estar limpo. A troca de estações talvez influencie nestas minhas sensações. O clima é diferente. O ar parece carregado de preguiça para o trabalho. Para o trabalho! Não para as compras, ou para as festas, ou para as baladas, ou para qualquer outro entretenimento. Nos escritórios várias pessoas fazem nada, ou muito menos do que habitualmente. A gente ouve mais risada, vê mais grupinhos. Os almoços parecem mais demorados. Médico? Difícil marcar uma consulta. Eles também usam o freio nestes dias, diminuem o ritmo, descansam um pouco. As casas recebem toques e toques de campainha que pedem uma caixinha de natal. Carteiro, gás, leitores de água e luz, vigia noturno da rua, sei lá quem mais. Parece que as pessoas só pensam em parar. Parar e só pensar em todos os detalhes dos últimos dias do ano. O que fazer, onde ir, com o quê presentear e a quem, o que comer e beber, com quem combinar e o quê... Ponto. Clima do final de cada ano.
...
Nem sei se consegui escrever tudo que sinto e penso...