quarta-feira, dezembro 06, 2006

Jogador de futebol


10 de maio de 2005.

Continuei pensando em como eu jogava futebol, fruto do elogio do meu pai.
É, eu era um gato em campo...
Segundo o Houaiss, uma das definições de gato é “indivíduo ligeiro, esperto”.
Ninguém me pegava mesmo. Só na base da falta. E quanta porrada eu tomei...
Lembro-me sempre de uma partida no campeonato interno do Arquidiocesano.
Nosso time perdia de cinco a zero. Eu jogava pela direita, ponta. Meu marcador não havia ganhado uma bola de mim durante todo o jogo. Eu sempre passava e cruzava...
Quase no final da partida, time adversário no ataque, nossa defesa chutou uma bola para frente. Sobrou nos meus pés. Eu estava solto. À minha frente, talvez a uns três metros, só meu marcador e mais adiante o goleiro. Certamente seria nosso gol de honra.
Meu marcador, bem maior do que eu, não teve dúvidas. Veio de sola na minha virilha. Virilha mesmo! Não foi no saco...
Até hoje não sei se o que aconteceu comigo foi desmaio ou outra coisa qualquer. Meus olhos escureceram. Não vi mais nada. Somente estrelas numa escuridão. Estrelas literalmente, como nos desenhos animados. E fui retirado de campo.
Mais tarde, quando recuperei a visão e consegui conversar com alguém, informaram-me que o jogo terminara em cinco a um. O nosso foi gol de pênalti. Alguém mais tomou pancada no nosso time. E dessa vez, dentro da área.