quarta-feira, dezembro 06, 2006

Entre os melhores


9 de maio de 2005.

Fabio Hernandez, em um de seus textos que já publiquei por aqui, bem escreveu que “... o julgamento de nenhuma mulher, por mais amada que seja, tem para nós o mesmo impacto do julgamento de nosso pai. ... E poucas coisas se igualam, em toda nossa vida, à aprovação paterna. A maior platéia de um homem é composta de uma só pessoa: seu pai.”
É uma grande verdade. Penso em como sempre preocupo-me com a figura do meu pai e com o que ele pensará se eu fizer isso ou aquilo.
No último sábado senti-me no céu. Experimentei a frase “poucas coisas se igualam, em toda nossa vida, à aprovação paterna.”
Estávamos na mesa, pós-almoço, conversando, e dentre os assuntos surgiu o futebol. Eu falava da frustração de ter nossa primeira geração, eu e meus irmãos, cheia de desinteressados por este esporte que nós (os três irmãos) tanto amamos.
Desenrolou-se a conversa.
Meu pai, pouco tempo depois, encheu-me de glória: “Leandro, me desculpe. Acho que hoje, com vocês já maduros, posso falar isso sem melindrar a quem quer que seja. Eu só vi jogar futebol MUITO bem, na minha vida, três pessoas: um cara que trabalhou comigo no banco quando eu ainda era moço, um outro a quem chamavam de Expressinho, e seu irmão. O Edmar jogava como o Zico. Desde que começou a andar já chutava bem. Novinho ainda. Eu me lembro dele, lá com seus quinze anos, jogando no meio dos marmanjos. Não tinha pra ninguém! Até filmei em superoito. E eu torcia, gritava lá de fora: ‘Vai, meu filho! Isso, meu filho!’”
Embora eu saiba que não fui tudo isso, enchi meu peito de orgulho e satisfação.
Eu, com outra visão, também tenho em mente aqueles a quem admiro e admirei nessa arte de jogar bola. Mas valeu! Fiquei em tamanho estado de êxtase com a aprovação do meu pai, talvez como jamais estivera antes.
Depois só completei dizendo a ele que uma coisa eu não aprendi: a jogar em equipe. Hoje, já fazendo parte dos veteranos, vi que não sei tocar a bola, não sei ver o jogo. Lá nos velhos tempos eu levava o jogo sozinho, até o gol.
O que vale? Vale meu pai orgulhoso de mim!