quarta-feira, dezembro 06, 2006

Fases


6 de maio de 2005.

Quando criança, pelo menos é o que me lembro, a primeira cor que tive como predileta foi o amarelo.
Passei, não sei depois de quanto tempo, ao laranja. Depois veio o vermelho.
Gosto dégradé invertido.
Contraste.
Adolescente fui negro. Com branco. Com marrom também agradava meus olhos. Picos ondulados de preferência. O tempo carregou esse gosto por muitos passos.
Trinta e seis anos e meus olhos se ativeram ao oriente. Coisa nova. Lá no passado só me chamavam a atenção as pernas. Não mais do que isso. Estava enganado. Ou caolho. Não conhecia o outro lado da moeda.
Mais dois anos. O amarelo retorna. Apenas à mente, não ao tato. Apenas vontade. Ou curiosidade, que vou deixar morrer.
...
Desde Maria do Carmo, aos meus sete, penso que nunca consegui viver sozinho.
Será uma doença pensar tanto?
Não! Nem penso tanto assim como outros homens que já conheci.
Mas devo ter uma jaula que prende algo dentro de mim.
A chave? Tenho dúvida quanto a onde se encontra. Tenho dúvida se quero usá-la.
Talvez eu tenha medo de mim...
Talvez eu tenha um pouco daquela doença...