quarta-feira, dezembro 27, 2006

A estrela do Marcelinho


25 de julho de 2005.

Faz tempo que penso em escrever esse. Desde a primeira vez em que o Marcelinho esteve conosco. Ele e o Renan.
Percebi que os amigos o chamam para tudo. Parece que têm que ter a aprovação. É como se ele fosse o mestre, o maior. Ele é o líder. Por isso o título “a estrela do Marcelinho”.
Fiquei pensando que também já fui um desses líderes, como também já tive os meus, aqueles de quem eu queria aprovação. As pessoas se espelham nessas outras.
Fui o maior na escola, na bola. Hoje, até certo ponto, no trabalho.
Lembrei-me do Walter, um cara que me protegia lá pelos tempos de oitava série. Eu também me sentia dono daquela loja de colchões quando ia para lá estudar com o Waltão. Também admirava o João. Esse pelas amizades com as meninas, especialmente com a Rita. Ah, Rita! Do Aslan eu gostava porque era meu amigo rico. Nossas conversas eram sempre, para mim, novidades. Ele vivia num mundo diferente do meu. Ele tinha coisas que eu não tinha e outras que eu nem sonhava que existisse. Eu conto, vez em quando, a história de quando ele me pagou um lanche no Chico Hamburger. Não esse grande que existe hoje na avenida Ibirapuera. Era uma pequena lanchonete que ficava no quarteirão de frente ao da escola.
Mas voltemos ao Marcelinho. Há um lado dele que até eu passei a admirar. O de esportista. Ele é pequeno, franzino, mas tem habilidade em tudo o que faz. Ontem foi no lombo de um touro mecânico.
O máximo foi no dia da festa junina da escola. A dança da terceira série deveria ser às quinze horas. Mas, “onde está o Marcelinho? Não chegou? Então vamos esperar. Tio Celso, vamos a uma partida de bingo enquanto o Marcelinho não chega.”
Bem, o Marcelinho só chegou depois do jogo do Brasil pela Copa das Confederações. Para mim, um orgulho! Eu também, por um jogo, ficava em casa e mandava às favas uma festa junina. Esse é o cara!