segunda-feira, maio 28, 2007

Desastres


2 de janeiro de 2006.

Talvez eu não devesse colocar aqui pensamentos ruins, logo no início de um novo ano. Penso, porém, que os dias permanecem iguais, com seu mesmo caminhar, independentemente da contagem do tempo. A gente conta o tempo em horas, dias, meses, anos, décadas, séculos, milênios, mas os dias continuam seus passos sem sequer ligarem para esta contagem.
Andei pela rua há pouco. O trabalho, a pressa, as preocupações, os pedintes, as compras, as filas dos bancos continuam iguais. Tudo continua igual. O que há de novo, e logo são também esquecidos, são os planos, os objetivos, a vontade, a motivação. Estas coisas e semelhantes.
Voltando ao que talvez eu não devesse escrever aqui, foram pensamentos que tive durante minha semana em Natal. Parado em frente ao mar, observando as ondas e o horizonte comprido e calmo, lembrei do Tsunami. Eu revi, nas retrospectivas de 2005 que passam na TV, o que aconteceu há um ano. Talvez por isto eu tenha lembrado. E fiquei ali, vendo as ondas e imaginando uma gigante que viesse e cobrisse e invadisse todo aquele paraíso da praia, do hotel chique, da vida mansa. Impossível fugir. Desastre certo e incalculável, inimaginável, inesperado. Que coisa! Inexplicável. Explicável talvez por cientistas e estudiosos dos fenômenos, não para nós leigos e mortais.
Registro também meus pensamentos em relação ao World Trade Center. Sempre tentei imaginar as pessoas que, recém chegadas ao escritório para mais um dia de trabalho, nem tiveram tempo de pensar quando tomaram um avião na cara. Incalculável, inimaginável, inesperado também.
Cada coisa que acontece...Triste. Estranho. A gente não sabe o motivo, nem de onde veio, nem como, nem porque.
"Vida louca, vida breve...".