quarta-feira, maio 16, 2007

Chuva!




19 de novembro de 2005.
Logo que saí do trabalho ontem e entrei no carro, começou a chuva. Chuva até que forte, daquelas que começa e termina rápido.
Enquanto dirigia vi um homem cobrindo a cabeça, andando rápido pela calçada. Eu sempre achei engraçado a cena. Por que cobrir a cabeça se todo o corpo se molha? Que sentido há nisto? Se há um guarda-chuva na mão é até normal. O guarda-chuva cobre uma parte maior do corpo e a gente molha, no final das contas, só a parte de baixo das pernas. Se bem que depende da chuva... Se for daquelas com vento nem o guarda-chuva ajuda.
Lembrei de quando eu era adolescente e jogava futebol na rua. Futebol não era só o que fazíamos. A turma era grande e brincava de queimada, esconde-esconde, futebol de botão... Às vezes até pegávamos um gravador e brincávamos de rádio. Fazíamos toda a programação com notícias, música, comerciais. Tudo falado e cantado por nós, com um violão a tiracolo.
Bem, voltemos à chuva. Quando adolescente, na época destas brincadeiras, eu adorava tomar chuva. Como é bom abrir os braços e receber a chuva! Como é bom correr na chuva, jogar na chuva, grudar a roupa no corpo!
Certa vez, não na rua, numa quadra escorregadia, jogávamos futebol, um dois contra dois com gol valendo só dentro da área. Numa bola que foi lançada e eu não alcançaria, não tive dúvida: me joguei no chão para chegar na bola e fazer o gol. Quase quebrei a perna. Bati com força no concreto que era a base da cesta de basquete.
É, eu adoro tomar chuva. Guarda-chuva eu detesto carregar. Quantos já perdi, quantos já esqueci em algum lugar.
No iníco do texto eu havia saído do trabalho e entrado no carro. Tudo o que escrevi passou pela minha cabeça. Quando cheguei ao meu destino, em casa, não tive qualquer pressa de descer do carro e abrir o portão. Tomei chuva! Por apenas três ou quatro metros de caminhada, mas tomei! Que delícia!