quarta-feira, janeiro 10, 2007

Passa pela cabeça


30 de agosto de 2005.

Estou só.

Falei pelo telefone e, depois que desliguei, voltou a solidão.
Escrever é uma forma de fugir desse sentimento de estar só. Escrever é uma forma de dasabafar o que talvez você não queira contar para mais ninguém. Escrever é falar a ouvidos surdos, que servem na falta de quem lhe dê atenção e se interesse pelo seu assunto. Escrever é um passatempo. Escrever é lazer. Para escritores, às vezes, é obrigação. Mesmo quando lhes faltam idéias. Penso que escrevo por qualquer dos motivos. Eles variam....
Enquanto estou aqui, frente a um teclado e um monitor, o mundo acontece lá fora. Muitos vendem. Muitos compram. Muitos namoram. Muitos brigam. Muitos trabalham. Muitos vagabundeiam. Muitos estão à procura de gente. As boates estão cheias de putas que cantam ou são cantadas por clientes. Os bares estão cheios de bêbados que querem esquecer o seu dia e também não pensar no dia seguinte. Ladrões planejam e roubam. Moços morrem em rachas em uma rua qualquer. Os doentes recebem visitas. Famílias enterram seus mortos. Famílias vêem a chegada de novos filhos. Muitos torcem em estádios. Muitos sofrem com catástrofes naturais. Muitos estão à mesa, em harmonia e paz. Soldados fazem guerra por ordem de um escritório qualquer. Há lágrimas e sorrisos. Depende de para onde se olha.

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Só hoje meus dentes inferiores começaram a andar. Ainda não sabem o tamanho do caminho.
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Conversa com o Rafa. Lembrei do passado. Coisas boas e ruins. Ouvi. Falei o que penso. A esperança é conseguir ajudar. De alguma forma. Quando a gente pode, a gente deve. O limite de suas forças é que deve ser um não a qualquer auxílio.
Bom Rafael. Muito bom!
Lembrei da Alessandra. Inesquecível. Penso que no seu íntimo ela pense o mesmo de mim. Como saber? O que foi intenso para um pode ter sido nem tanto assim para outro. Jamais saberemos o que sentiu e pensou o outro. Saberemos somente o que for traduzido em palavras, sem entender, porém, a profundidade.
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