quarta-feira, março 14, 2007

Velhas guerras


11 de outubro de 2005.

Eu tinha lá meus sete anos de idade. Maria do Carmo era uma linda loirinha da classe do meu irmão. Eu cursava a primeira série primária. Nesta fase a gente diz que namora e tudo acontece somente em troca de olhares. Assim eu achava que ela era a minha namorada.
Pedro Américo era um menino também da mesma classe. Menor que eu, portanto. E nós brigávamos pela Maria do Carmo. Meu irmão me ajudava e ele também tinha seus ajudantes. Todos os dias, na hora do lanche.
Já se vão mais de trinta anos. Penso que se eu e Pedro nos encontrássemos hoje, a birra permaneceria. A gente guarda os inimigos. A gente guarda as rivalidades. A gente guarda as diferenças. Milhares de dias se passam e a gente não esquece. Até coisas de criança ficam guardadas. Lá, num porão qualquer dentro de nós. Os anos, porém, podem ter guardado as chaves e, quando menos se espera, ressurge aquela coisa ruim.
Por que somos incapazes de começar de novo? Será que até o fim os santos nunca vão bater? Antipatia eterna?
...
Nada parecido aconteceu comigo nesses últimos dias. Aconteceu com a Clau, no Orkut. Uma antiga rixa, coisa de mais de quinze anos, voltou à tona.
Chega a ser engraçado, se não existisse o lado péssimo. Chega a ser ridículo.