quarta-feira, janeiro 10, 2007

O que pensarão?


3 de outubro de 2005.

Blog. O meu nasceu porque eu sempre escrevi.

Perdi muitos textos. Muitos outros eu mesmo descartei porque já não faziam mais sentido. Eu os tinha em papel. Alguns viraram arquivos de Word. Os novos já nasceram assim. Mas eu sempre os escondia. Criava uma pasta lá no que eu achava ser o subsolo do subsolo do micro, no lugar onde ninguém entraria, no escuro, breu total. As pessoas do meu cotidiano não deveriam ver. Eram coisas minhas! Até que saíram do submundo para um esconderijo na rede mundial. Eu poderia guardar tudo, os meus e outros textos que gosto, em algum lugar que não o meu micro. Outras pessoas até poderiam acessar, mas quantas seriam? Quantas me conheceriam? Então, que ficassem lá!
Não sei bem a razão, mas tenho pensado muito no meu blog. Vontade de escrever, vontade de atualizar, vontade! Alguns blogueiros querem audiência. Choram por um comentário de alguém que está sabe Deus onde e sabe Deus quem é. Alguns querem simplesmente falar de si, contar seus dias, suas aventuras, seus sucessos, suas frustrações...
Alguns querem um diário, como um daqueles com cadeado que as meninas usavam e talvez até ainda usem. Ali estarão os maiores segredos, de uma espécie semelhante à daqueles que eu escondia... Os meus nem eram segredos, mas eu queria que ninguém soubesse o que se passava na minha cabeça.

Alguns sonham em ser lidos, como escritores. No orkut há até comunidades relacionadas: pessoas que se acham escritor, pessoas que desejam publicar um livro, pessoas que querem compartilhar seus textos... Bom é descobrir que as pessoas que sabem escrever existem! Tenho encontrado muitas coisas boas, interessantes, engraçadas. Tenho ficado feliz porque eu não depositava muita confiança no futuro. A língua e a linguagem estão mudando. Cada vez encontro mais redações mal escritas. Pontuação zero. Lógica de raciocínio zero. Começo, meio e fim, então, nem se fale! Nota negativa!
Voltando ao meu espaço, que nasceu para ser um esconderijo, penso hoje de maneira diferente. Eu também quero ter audiência. Eu também quero compartilhar o que penso. Eu também quero ser escritor. Eu quero tudo! Mas não ficarei chorando por não ser reconhecido. Aliás, há muita gente melhor do que eu em idéias, em humor, em criar coisas que as outras pessoas gostam. É aí, inclusive, que vejo o quão longe estou de ter o que quero. E já nem sei se quero mais.
De qualquer maneira, continuarei escrevendo. O engraçado é que, tendo em mente que pessoas lerão, eu poupo algumas palavras, alguns pensamentos. Penso no que elas pensarão... Será que eu deveria? Ah, foda-se!