quarta-feira, março 14, 2007

Pedaço de um texto


14 de outubro de 2005.

Essas duas, Ailin e Gisela...

PINGA NI MIM
Ailin Aleixo

"Bebo para empatar com o mundo", como diria Paulo Mendes Campos. Todos precisamos de embriaguez. Alguns a conseguem rezando, jogando futebol, fazendo sexo, pintando. Tudo é a mesma coisa: necessidade de sair da realidade, de dar um pause na roda incessante dos pensamentos. Por isso a mesa de bar é tão mágica: ela nos transporta para outra dimensão em questão de minutos, alivia o peso do cotidiano, dos problemas e prazos, reúne amigos que vivem enjaulados em suas existências.
...
Não consigo entender quem não se dá o direito de perder as estribeiras vez por outra, que supõe ficar sob controle período integral (presunção bem irreal, aliás). Que chato deve ser viver ao lado de alguém que não compreende o prazer do primeiro gole em um chope cremoso, a delícia de esquecer calorias, brigas e tempo ruim e largar-se a sociabilizar sem preocupações pessoais nem gramaticais. Não entra na minha cabeça quem prefere dormir cedo a curtir um animado papo bem regado até mais tarde.